domingo, 22 de novembro de 2009

2ª feira 08.12.2008 - Madrid

No final das contas a viagem Porto - Madrid foi um inferno total. Os 40 minutos viraram mais ou menos 3 horas e a fome e a dor de cabeça pegando. Para passar o tempo brincamos de adivinhar o que o outro pensava (lua, gravata, estilete, etc.) e de cochilar um pouco. O problema foi o aperto, o freezer da 2ª parte e as adolescentes- risadinha francesas (traqueostomia nelas?).
Chegamos em Madrid as 6h20. Tudo escuro. Uma rodoviária feia (a la Tietê) e sem informações para turistas. Mas nós não somos poodle não!! Nos viramos sem dificuldade. Antes de sair, tomamos um chocolate morno com maizena na área de fumantes (eu não iria fumar mas já que sentamos aqui...)
Pegamos o metrô velho para descer na estação Gran Via. Para variar fomos perfeitos. Descemos ao lado do hostel. As putas e os putos de Madrid estavam todos lá para nos recepcionar. Obrigada pessoal! Mesmo...
Depois de tentar o 1º, o 2º e o 3º andar, achamos a recepção do Hostal Galicia no 4º andar. Tudo continuou difícil como planejamos: não nos deixaram entrar no quarto antes do meio dia e nem tomamos café. Resultado: esperar no salon (a Má dormindo e eu mal humorado).
Saímos para um café da manhã. E adivinha?! Era feriado!!! A segunda chegada a um país em feriado. Achamos um lugar com preço razoável e comida que entendemos o que era. Tomoamos café com leite, sumo de naranja, tosta de ciabata com aceto e salsa de tomate (nutricionista ficaria orgulhosa - só dessa parte - claro!).

(Café da manhã.)

Comemos e demos uma pequena volta por aí. Umas feirinhas e na Puerta del Sol que é do lado do Hostal. Voltamos, esperamos mais um pouco e viemos pro quarto.
Quando voltarmos pra SP já temos o que fazer: falar mal desse hostal no TripAdvisor. Chuveiro ruim, sem aquecedor, na zona das putas, com uma equipe muito mal humorada.
Fora isso, dormimos um pouco para compensar a notche pessimamente dormitada.
Acordamos, demos uma olhada nos guias e mapas. Ai, quanta coisa boa pra ver, só os museus, só a "Guernica" (lembro da aula da Anamélia no Gracinha) e "As meninas" do Velázquez. Ui!

(Plaza Mayor.)

Fomos andar, primeiro na Plaza Mayor (muita comida em preço bom, "artistas" decadentes, papai natal, musgo para vender e caricaturas sempre iguais), depois passamos no Palacio Real (eram para fila aquele monte de cavalete?), em seguida na Plaza de España (Dom Quixote montado por turistas e uma fonte de água, enfim, monumentos e mais monumentos ticados). Um dia gostoso, sem chuva até então (bosta, esquecemos nosso guarda chuvas na bosta do autocarros!). Voltamos meio por dentro para passar no Centro Cultural Conde Duque (de arte contemporânea).
A chuva então armou (junto com uma fome violenta) e caiu com toda a força. Metro é a salvação. De San Bernardo à Sol. Comeeeeeer! Eu comi truta e o Celo carne no Museo del Jamón, tomamos 3 "baldes" de cerveja (um pelo preço do pão) e rimos um bocado. Compramos jamón, salame e gouda, além de pão integral para nosso lanche de amanhã. Hummmm!

(Museo del Jamón.)

(Ai que a gente merece muito!!)

Eis que saímos a rua e... SURPRESA! Milhares de seres humanos também o fizeram. Lo-ta-do!!! Ui! No El Corte Inglés, tomates (hotel!), azeites mini, suco, água e chocolate iraaado (hotel!!). Fugir da multidão por aqui e por ali nos levou a... estamos perto (hotel!!!) mas onde exatamente?!?! Telefone = a cobrar é impossível - cartão! "Mãe!!!" 16h30 lá. Mais cerveja e HOTEL!!!!!
Banho (bosta de chuveiro) e cerveja e...
Merecemos - Gracias España!

(Ah, dominó também. Perdi horrores.)

[Estávamos muito cansados e portanto putos quando escrevemos isso. O hostal é realmente bem ruinzinho. Mas a localização é um dos pontos altos já que é bem central e fizemos quase tudo a pé. A limpeza fraca, o banheiro apertado, o café da manhã chulé não abatem o fato de que o lugar é super barato e bem localizado. Fica a critério ver se vale a pena de acordo com seu grau de "desencanamento".]

Metrô (2 bilhetes de 10) 14,00
Café da manhã
€ 5,00
Biscoito € 2,00
Mapa € 2,50
Almoço € 23,00 Frios e pães (Museo)
€ 8,00
Supermercado
€ 8,00
Cerveja
€ 3,60
Cartão telefônico
€ 6,00
TOTAL: 72,10

sábado, 21 de novembro de 2009

Domingo 07.12.2008 Porto

Estamos no Café Embaixador esperando nossos pratos, acho que serão incríveis (Bacalhau a Embaixador e Alheira a Mirandella) meio como nosso primeiro dia em Portugal encerrando o ciclo em português da viagem. Celo está na Casa de Banhos. Pedi até sumo de laranja para variar. Aliás quanto à comida decidimos que não há necessidade de estocar comida e gordura para o inverno. Ou seja, chega de se entupir!
Já fomos aos dois museus da cidade (tudo de graça por ser domingo de manhã). Primeiro no Museu Nacional Soares dos Reis onde vimos pinturas portuguesas do Romantismo (vontade de ver AS pinturas e obras que veremos), falamos sobre estudo e esboço. Boa conversa. Depois ali mesmo vimos a exposição de cerâmica de uma antiga fábrica de Porto. Depois seguimos para o Museu de Serralves. Aaaaaaaaah! Loooooonge! Quase morremos e a porta que nunca chegava...
Entramos e tinham 3 exposições: Juan Muñoz com pequenos homenzinhos, felizes e japoneses, pinturas, meio grafite de um americano mala e uma coletiva de jovens artistas. Todos tiram fotos de tudo... meio estranho. Lotado! Passemamos no parque da Fundação. Bem lindo. Isso é que é outuno. Folhas amarelas e avermelhadas.

(Essa é nossa imagem senso comum de outono.)

Ônibus para voltar. Nosso primeiro ônibus em Porto, aliás. Descemos em Bolhões e após almoçar seguiremos para o centro e Ribeira. Depois empacotar e partir.
Pois, pois. Ganhamos um presente de Porto. Uma tarde incrível, um sol e um céu azul. Cruzamos a ponte para Vila Nova de Gaia e vimos a Ribeira e Porto sob o sol. Além do beira-mar de Vila Nova de Gaia com todas as "lojas de degustação" de Vinho do Porto, o rio Douro.

(Ponte para Vila Nova de Gaia.)

(Este foi o presente de Porto.)

(Já, comer ali, não é pro nosso bico...)

(Um solzinho de tirar o casaco.)

Batemos muitas fotos, tomamos sorvetes, compramos presentinhos e fomos ao hotel empacotar. Agora cá estamos dando adeus a Portugal em nosso super autocarros de couro com TV de tela plana (tomara que não liguem). Mas apertado como sempre: quem mandou ser grande?
Daqui a 40 minutos pára para lancharmos nossos croissants roubados e nosso sucos Pingo Doce. Não pode comer nem portar comida no ônibus - mas essa parece ser uma regra respeitada apenas pelos dois turistas brasileiros.

(Residencial Estoril. Repare na hora do rush rolando.)

(Os 40 minutos mais longos da história... Aqui ainda sorríamos.)

Ônibus 2,90
Frutas
1,10
Almoço
21,00
Sorvete
3,00
Galos
14,00
Dominó e cartas
5,00
Sucos e água
1,10
Metrô
1,80
Paragem autocarros 1,40
Chegada Madri (2 chocolates quentes)
3,80
TOTAL:
53,20

Sábado 06.12.2008 - Porto

(Casa da Música - por fora. Um prédio futurista no meio de uma cidade com cara de histórica.)

(Por dentro.)

Estamos na Casa da Música assistindo a um concerto com o maestro Christian Lindberg com a Orquestra Nacional de Porto (Trompas, trombones, trompetes, tubas e eufônio). Ótimoooo programa pra esse sábado.
Fora o joelho que dói terrivelmente o dia vai muito bem a começar por um incrível pequeno almoço, que honra seu nome de almoço (comida a vontade, pão, croissant, frios, doces, e uma máquina de café que pode tomar 30 cafés, cappuccinos... é só não contar com aberração a qual dá-se o nome de salada de frutas - com fruta em calda... ui!).
O concerto foi incrível, uma das melhores atividades da viagem num prédio incrível como o da Casa da Música - totalmente "conflitante" com a paisagem de Porto. Emocionante!

(Azulejo na veia.)

(Uma das fotos mais bonitas da viagem a meu ver.)

Depois seguimos vagando perdidos pela cidade como é de praxe. Andaaaaaaamos muito, como tem sido o padrão aliás... Compramos as passagens para Madri - conseguimos para amanhã a noite. Beeeem melhor que perder um dia inteiro dentro do autocarro. Pena que já pagamos a diária a mais se não dava para negociar.
Chove bastante e sem parar, comemos um lanche e seguimos para o centro. Aqui o lanche típico é um sanduíche com bife a milanesa, um sonho que meu discernimento nunca permitiu que eu realizasse. Até o dia de hoje! Uhu! Agora? Catedral da Sé.

(Chove chuuuuuva.)

Acabamos tendo de comprar um guarda chuva mais firme por que a coisa estava feia. E viemos andando pelo centro.
Hotel - soninho - shopping - baralho de cartas? 15 euros? Nem pensar. Telefone - meu irmão e Tati e São Lourenço (familiada) - chuva - jantar (francesinha, salmão e salada) - e, para finalizar, passando na frente do Coliseu estava tendo um espetáculo de circo mas não tinha bilheteria pois era a estréia para convidados. O homem da entrada nos deu dois convites. Ponto para os brasileiros!!! Foi tão legal assim de surpresa... Marcelo virou a cerveja ainda inteira e entramos. Lotaaaaaado! Circo de graça incrível. "Pra que palavras?" Não preciso falar dos palhaços sem graça, do mágico com pobas, do futebol de cachorros e da judiação geral com os animais. Ponto pros russos!!! Nada abalou nossa alegria!
Amanhã museu e estrada!

Casa da Música 10,00
Passagens Madri
96,00
Lanche (sanduíche de lombo empanado, salgado de bacalhau, pudim de clara e uma coca)
8,00
Guarda chuva
4,00
Jantar
21,00
Hospedagem
42,00
TOTAL:
181,00 (ui!)

6ª feira 05.12.2008 - Porto

Estamos em Sta. Apolônia para pegar nosso comboio para Porto. São 10h45 e o comboio sai 11h30: tudo para não passar correria.


Ah! Só para acrescentar ao relato de ontem. Depois de um pequeno bode português no quarto resolvemos sair e ir para rua. À procura de um lugar barato e de lulas para comer acabamos num restaurante chinês com uma simpática chinesa dona. Oooooooooooó! Pois então, aqui estão os simpáticos, já que para o Brasil só restaram os mal amados. Tomamos cerveja Carlsberg e comemos arroz frito e lula a dorê. Até o molho agridoce era diferente. Voltamos ao quarto depois de telefonar para o aniversário da minha vó amada. Arrumamos mala, lemos um pouco e dormimos o delicioso e reconfortant sono dos viajantes!
Acordamos, banho, pequeno almoço (pão, manteiga, geléia, leite, café, suco), roubamos pães, afinal somos desabrigados de Sta. Catarina: "o sertão vai virar mar".
Pegamos nossas coisas e viemos linha vermelha Areeiro - Baixa/Chiado com correspondência para Sta. Apolônia e cá estamos nós, de bilhete na mão, esperando nosso primeiro comboio que parte daqui a meia hora.
A viagem de comboio foi muito gostosa conhecendo toda a costa e interior de Portugal, até por Coimbra passamos. Chegamos às 15h na estação Porto / Campanhã. Lá esperamos meia hora (quase) para conseguir informações, pegamos o metrô e descemos em Bolhão, seguimos a pé até o Residencial São Gabriel, percurso curto mas chegamos com os ombros moídos. Hostel ótimo novamente.
Porto não nos pareceu tão amistoso quanto Lisboa. Por que será? No hotel fomos alertados de onde não ir a noite. O cara (Simão) nos ofereceu um bilhete turístico de entradas ilimitadas em ônibus e museus (25,00 um dia e 30,00 dois). Não parece valer a pena...
Fizemos aquele primeiro passeio perdido na cidade. Muitas lojas... chato! Fomos ao local de informações de turismo e pegamos folhetos para ver o que ver por aqui.
E para ir para Madri? Xiiiiii... a casa caiu! Só tem esquema de ônibus que sai na segunda e fica quase 11 horas no busão. Quem mandou demorar para reservar low cost?! Agora só nos resta esta opção, fomos na internet (um mano africano gritava com Adriana no skype) e lá tentamos mais uma vez uma low cost... nada!
Emails (prêmio Funarte - vídeo sobre o 18 Brumário? Com dinheiro? Eeeeee!)
Jantar? Fomos dessas refeições econômicas. Aí se aplica a frase: o barato sai caro. Comida asquerosa, lugar nojento. Estou aqui agourando minha escolha... até cabelo na comida! Eca! Vinho, pão, sopa, prato (bife pro Celo e pescada banhada em óleo para mim) e café por 5 euros. E o café ganhou - Obrigadinho!
Doces para esquecer: poveiro e tamar parecem lindos. Coca urgente!!!

Chinês 12,00
Metrô
1,30
Comboio (trem intercidades)
39,00
Água
0,80
Metrô Porto
2,90
Lanche
3,30
Internet
2,00
Jantar
10,00
Doces (Tamar e Poveiro)
1,50
TOTAL:
72,80

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

5ª feira 04.12.2008 - Sintra

Na estação de comboio Roma - Areeiros em direção à Sintra.
"Não mata mas mói", diz a portuguesa sobre o estresse. Arrasou na definição - naipe dicionário.
Os portugueses respondem as perguntas da maneira mais simples possível, pode ficar faltando pedaço, cuidado!
Um pouco de dificuldade de chegar à Sintra: descer em Benfica, Amadora e lá pegar outro... parece! Você pergunta para várias pessoas e uma completa a informação da outra. Parece a situação da fila de entrada no país.
Pegamos o M.S.Melecas (hahahahaha) e descemos em Cacém para pegar o comboio para Sintra. "Não convém descer em Benfica" por que a conexão tem que descer a escada. Realmente numa viagem dessa (2 meses mochilando) não convém gastar energia a toa. E viva o fiscal português que nos ajudou!!! Quase contei uma piada de português para ele, mas talvez não fosse conveniente.

(A paisagem de Sintra com o Palácio Nacional e as famosas chaminés gêmeas. É, o dia tava feio...)

Chegamos à Sintra (mapa) e a primeira impressão é que parece Campos de Jordão (não que eu já tenha ido lá)... Uma neblina mas uma simpatia.
Paramos em uma bica linda com um cheiro tipo bala de goma com dama da noite e uma pitada de repolho ou algo assim. Ótimo que na volta quando passamos nela de novo tinha um homem enchendo galões de água na bica (isso por que a placa de proibido era imensa!). Intrigados com o cheiro fomos nos comunicar (em país estrangeiro se comunicar é sempre uma decisão) e perguntamos ao moço se ele sabia o que era aquele cheiro, se aquela água podia beber mesmo assim e tal. E, excelente!, o cara falou "é o produto de limpeza que usaram para a faxina". Hahahahahaah! E a gente, os turistas deslumbrados, achando que era um cheiro especial que historicamente blablablabla. Toma essa! Hahahahaha.

(A bica encantada.)


Depois seguimos para o Museu do Brinquedo, aqui (aproveito o banheiro para... usa-lo e para escrever um pouco) tem muitas bonecas incríveis e também super sinistras, conjuntos de bonequinhos de guerra e carrinhos. O mais legal: uma casa de bonecas com papel de parede e toda equipadinha. "Próxima coisa inútil que vou fazer", disse o Marcelo. Ana Clara que se prepare.

(É, eu gosto de comida e de brinquedos...)

Depois fomos ao Palácio Nacional de Sintra: destaque para a Sala dos Brasões com bambis vestidos com os brasões das famílias por todo o teto e principalmente para a enorme cozinha com as famosas chaminés gêmeas.

(A cozinha de onde saem as chaminés gêmeas. Avalia o grau das comilanças.)
(Vista da frente do Palácio. Lá em cima o Castelo dos Mouros.)

Comemos bananas e sandes envoltos em pombas que tornaram nosso "almoço" um completo inferno. Comendo e rindo, de nervoso. O pior é que aqui elas não tem medo de nada - europeus não chutam pombas, pois deviam, assim elas aprendiam a não ser tão abusadas. "Você não pomba nojenta", dizia o Marcelo para uma pomba-cotoco aleijada e nojenta... Morri de rir!
Depois andamos por umas ruelas e sentamos para um café e queijadinha de canela... nada demais! A queijadinha, claro!
Tentamos ir ao Museu de Arte Moderna, mas a exposição de artistas da Ilha da Madeira não nos animou muito, aproveitamos para conhecer mais um pouco de Sintra no nosso meio de transporte favorito: as pernas!
Voltamos para Lisboa, eu dormi o caminho todo. Sonão! Até babei. Uhu! Descemos no Rossio e andamos perdidos por ali mais um pouco - o que fazer?
Resolvemos ir atrás de informações sobre a ida à Nazaré, andamos até o Cais do Sodré e lá nos mandaram à estação de Sta. Apolônia e lá fomos nós regados àquela garoinha fina. Quase não faz frio. Cruzamos a Praça do Comércio e seguimos pela beira do Rio Tejo em direção à Alfama.
Vimos uma linda e impressionante dança de andorinhas, nuvem que vira balão, mancha várias formas. Incrível!




Seguimos até lá onde conseguimos as informações que nos levaram a decidir ir direto para Porto amanhã: "a 2ª maior cidade de Portugal e uma das mais baratas." Temos de pegar um trem lá e leva umas 3 horas até Porto. Vamos amanhã e chegaremos lá por volta das 15h.
Podres, descadeirados, molhados e cansados resolvemos voltar para o hotel.
E depois de perder um dindin, comprar cerveja Sagres, Coca e batata Lays fomos para o quarto onde ganhamos uma cama gostosa e até massagem. Um dia de turismo ótimo com apenas uma pedrinha no sapato...
Paciência! Foi...
Como disse o Marcelo: "Pra não ficar tudo perfeito, pra ficar menos mal acostumado."

[No diário e durante a viagem como um todo, optamos por não falar muito sobre esse ocorrido que nos deixou bastante chateados. Na peregrinação atrás de informações sobre a ida para Porto, passamos por uns lugares meio obtusos de Lisboa, meio escuros, meio sem ninguém, meio de noite. Por isso optamos por separar o dinheiro entre os bolsos para não roubarem tudo, se isso viesse a acontecer. Olha o que o medo faz. Em SP, nunca andamos com grandes quantias de dinheiro. Eu, pra falar a verdade, nunca ando com nada! Acho que até por isso ficamos noiados. Mas aí a merda foi - fomos pegar o mapa que estava em um desses bolsos e a grana caiu sem que notássemos. Bastante dinheiro para os viajantes que nunca comem fora pra economizar, pra quem não entra em tudo pra ter fôlego até o final dos dois meses... Paciência... acontece!]

Trem 3,60
Museu do Brinquedo
8,00
Palácio
8,00
Lanche
3,00
Volta comboio
3,60
Gelado (sorvete)
1,80
Metrô
1,30
Super
3,17
TOTAL:
32,47

4ª feira 03.12.2008 - Lisboa

"Você troca uma Torre de Belém por um pastel de Belém?"
"Siiiiiiiiiiiim!"

Ah! E "tica" também o Padrão do Descobrimento! Não pago, não pago, não pago... uma fortuna pra entrar na Torre de Belém - to fora!!!
Chuvinha, chuvinha... o dia mais quente até agora (13ºC) mas sem o céu azul de ontem.
Cruzamos a estrada por uma passagem subterrânea para chegarmos ao Centro Cultural Belém. Visita a Coleção Berardo. Grátis. Algumas obras ruins de pessoas boas. Depois coleção de fotografias do Banco Espírito Santo (exposição de patins).
Visita ao Mosteiro dos Jerônimos: lindo! Que construção maravilhosa!! Local onde estão sepultados Vasco da Gama e Luís de Camões.
Saída na chuva. Antes de pegar o elétrico articulado para o retorno, uma paradinha para experimentar o famoso pastel de Belém. O que é isso?! Impagável e barato! Quentinho saindo na hora!
No elétrico, a surpresa. Tem que ter moeda pra pagar... xiiii, só temos para uma passagem, fica na miúda! Mas é claro que o fiscal entrou... foi passando e vendo os bilhetes de todos. E agora, como agir? Paga de turista tonto! Foi o que fizemos e deu certíssimo. Entregamos o bilhete do metrô e fizemos cara de surpresa ao saber que aquilo não era o metrô. O fiscal nos deu uma lição didática-trash sobre metrôs, comboios e elétricos. "Metrô é debaixo da terra" disse ele. Todos acabaram nos ajudando - trocando nosso dinheiro por moedas e tudo terminou bem. E, sem dúvida, nada de aprontar pela Europa que as multas são capazes de nos falir - e tanta economia e empenho para gastar com uma bobagem dessa é foda! Apesar de todos os indianos nos acharem com cara de doidões somos brasileiros muito corretos, tá?
De volta ao centro, mais um passeio na chuva. Primeiro, entrada no shopping para usar o banheiro. Sim, as pessoas ricas e bonitas estavam todas lá. Tudo caro! Ipod de 8Gb por $148,00 e livros que não valiam a pena comprar. Achei a "Teoria Estética" por $25,00.
Voltamos para a rua procurando pelos restaurantes que o Milton indicou no Bairro Alto. Nada! Ninguém. Apenas mais doidões nos oferecendo drogas... porra! Jura que temos tanta cara de doidão? Desistimos de lá e partimos as Portas de Santo Antão. Comemos dois bacalhaus maravilhosos - um frito e outro gratinado com nata e queijo. Descobimos, aliás, que antes das 19h é mais barato... rola um desconto. Pegamos bolinhos de bacalhau então!
Mais uma vez pegamos o metrô no Rossio e fizemos as compras para o rango do dia seguinte no supermercado. Hostel, curtir uma banheira que até isso tem. Preparamos os sandubas e cama!

(A tal da Torre de Belém. Bonita porém ordinária.)

(Início da tradição - não tem dinheiro pra entrar posa com os dedos.
Ninguém diz que você não entrou...)

(Esses monumentos são sempre meio engraçados.
que vc faz com eles? Bate foto ao lado? To fora.)


(Mosteiro dos Jerônimos - realmente um dos mais bonitos da viagem.)

(Lá estão sepultados Luís de Camões e Vasco da Gama.)

(O pastel de Belém no lugar da torre de Belém foi uma troca muito... proveitosa!)

(Bolinho de bacalhau em Lisboa é de chorar!)

(Sim, eu bati foto de tudo que comi! Sim, eu tenho fixação por comida.
Sim, penso em comida até de barriga cheia!)


Elétrico articulado (transporte) 5,60
Pastel de Belém, café
5,00
Internet
1,00
Guarda chuva
5,00
Jantar
27,00
Metrô
1,30
TOTAL:
43,90

3ª feira 02.12.2008 - Lisboa

Agora estamos em nossa 1ª igreja da viagem. A Catedral da Sé. Passamos pelo Castelo de São Jorge, tomamos o bonde. Tudo bem inesquecível! Vistas lindas, faz um sol em um céu sem nuvens, um presente! Mas mesmo assim, não se engane: o frio está aí.
Atravessar a rua nos deixa uma sensação esquisita: todos respeitam e ficaremos mal acostumados... paramos em uma esquina para olhar o mapa e quando olhamos o cruzamento os carros estavam parados esperando que atravessássemos. Estranho!!!

(Catedral da Sé.)

Na Igreja da Sé vimos as escavações que fizeram no Claustro e lá tem coisas da Idade do Ferro (a.C.). Uns vitrais lindos e muitas peças de ouro da Igreja.

(Vista do Castelo.)

Fomos também ao Castelo de São Jorge (mapa), um castelo meio forte do século XVI, vale a pena - lugar gostoso de ficar e de bater mil fotos. Aproveitamos comemos nosso gostoso lanche amassado. Bem mais gostoso do que ontem, aliás!

Só depois fomos para a Sé. Católicos mercenários até que fazem belas igrejas, devo confessar...


Andamos que nem burro de carga para lá e para cá mas ganhamos de presente deliciosos doces portugueses... ai que eu mereço! Ovos e mais ovos...
Depois cruzamos pela Praça do Comércio onde um indiano achou que tínhamos cara de doidos - não, obrigada!!! Prefiro minha parte em doces!
Fomos pela "beira mar" até chegarmos na Câmara Municipal (grátis troca de guarda: pode "ticar" essa atração) e depois na Basílica da Estrela. No parque em frente comemos nosso 2º lanche e colocamos muitos agasalhos, já que o sol começava a se pôr e o frio começava a pegar foooorte! Viemos descendo seguindo o caminho do bonde pelo Bairro Alto. Compramos calcinhas (que aqui são cuecas!) e meias e tomamos vinho da casa e sopa hamburguesa. Booooooom!
Não sei se tenho medo de ser atropelado ou de ficar deprimida na volta... como diria Bbt, bosta de viagem!
Ligamos para os pais e para a Tia Ida. Eis que são 23h30... vou dormir que precisamos recuperar as forças para as andanças de amanhã.


(Os bondes tem os avisos de "Atenção com os carteiristas!")

(Subindo, subindo, em direção ao Castelo, cruzamos belas paisagens.
Avalia os papais noéis - que posição maldita!)

(Vista da praça perto da Sé. Ficamos um tempão curtindo o sol.)

(Na Catedral da Sé - quase acredito...)

(O claustro.)

(Livro-bíblia e o pão nosso de cada dia. Os dois... tem que ter!)

(Café, quindim - forte! - e argola - adoreeeeei! Ainda por $ 2,60 tudo...)

(Portal da Praça do Comércio.)

Bonde 1,40 x 2
Castelo
10,00
Igreja da Sé
10,00
Doces (quindim, argola e café)
2,60
Calcinha e meia
12,50
Sopa e vinho
10,50
Metrô
1,30
Super
3,80
TOTAL:
53,50

2ª feira 01.12.2008 - Lisboa - primeiro dia de viagem

As 9h chegamos à Lisboa. Faz frio mas não tanto quanto esperávamos. Tem até sol... olha só!
Estamos esperando o ônibus 22 que passa na Av. João XXI onde é nosso hostel.
Não dormimos quase nada mas pelo grau de excitação não dormiremos tão cedo. Vontade de ligar e contar...
No desembarque não sabíamos qual fila entrar. Fomos mandados para a maior: "Todos os passaportes". E a fila para cidadãos de países de língua portuguesa era bem menor, mas na 2a vez que perguntamos também nos recomendaram a mesma fila. Ok... aflição... uma fila muito maior. Tentemos novamente nos comunicar: "Brasileiro pode ir nessa fila menor?" Resposta: "Pode!" Moral da história: pense bem para formular sua pergunta pois elas serão respondidas literalmente. To entendendo...

(Residencial Estoril)

De ônibus ($ 1,40) chegamos no Residencial Estoril sem pestanejar. Descemos no ponto e lá estava ele.
9h30 - e não podemos entrar no quarto ainda... "Mas por que a cidade está tão parada?" Feriado: proclamação da República. No mínimo, curioso. Batemos uma perninha e voltamos afinal nossas malas estão no corredor. Um soninho nesse sofã...
- Ir ao teatro em Lisboa pode ser bem interessante, hein? Conseguirei-ei-ei?
- Cuidado com o couvert!
- O peixe vem mesmo cru a mesa para verificarmos?
- E ligar a cobrar - o telefone comeu nossa moeda...
Ligamos para nossas mães com um cartão - milagre paga 5 euros e ganha mais 300 em crédito. Nem entendemos como isso aconteceu...
Fomos descansar um pouco no quarto - banho e naninha. Acordamos umas 14h e fomos para a vida devidamente equipados e aquecidos. Andamos até o centro - foi delicioso!! Choveu só um pouco... mas dessas chuvas que só o capuz do casaco dá conta.
Almoçamos no "O Cardo" (mapa) foi uma delícia!

(Eu comi alheira frita com ovo, brócolis e batata frita e o Marcelo, bacalhau à Brás - um tipo de risoto sarado de bacalhau.)

Depois caminhamos mais e chegamos no centro onde havia muito mais vida. Vimos o 1º castelo. Incrível! Um dia repleto dessa sensação doida de estar aqui depois de tanto planejar e de etar mesmo na Europa em contato com o velho mundo.
Passeamos até sermos expulsos pelo frio e pelo cansaço.

Fomos ao Elevador do Carmo (mapa) e vimos uma vista de emocionar... mesmo! Bem que a Tia Ida avisou, o mar, as ruas, o novo e o velho, o frio - tudo lindo para essa dupla deslumbrada de brasileiros.

(A noite chegando.)

(A vista da Praça a partir do Elevador.)

(O Castelo de São Jorge ao fundo.)

O bom é que por hora um dia durou dias - parece tão longo, tão curtido, tanta coisa tão diferentes... tão, tão, tão... desculpe o deslumbre mas é inevitável.
Pegamos o metrô e viemos para o nosso hostel dos sonhos.
Compramos mantimentos para o jantar e fizemos o lanche para amanhã para não gastarmos muito. Preocupação constante.
Tudo vai bem... até demais! Porém são 21h e já fizemos tudo que podíamos - sonooooooo...

Ônibus € 2,80
Supermercado (água e biscoito) € 1,80
Cartão telefônico € 5,00
Almoço no "O Cardo" € 25,00 (couvert, bacalhau, alheira e cerveja)
Água € 1,00
Elevador do Carmo € 5,60
Metrô € 8,00 + € 1,30
Galo (souvenir) € 2,50
Ímã de geladeira (que imita azulejo) € 1,00
Supermercado (jantar e sanduíches para o dia seguinte) €13,00
TOTAL: €70,00